terça-feira, 24 de maio de 2011

O verdadeiro significado de superação - parte 1

Hoje decidi contar uma fase da minha vida que muitos desconhecem... segundos, minutos, horas, dias, meses, anos de angustia, sofrimento e momentos de felicidade extrema, de vitórias também. 
Aqui começa a fase do blog que trata das "minhas percepções intuitivas" do interior da minha alma diretamente para você.
Tudo começou com a gravidez inesperada (porém amada) da minha filha caçula, "quase sem querer" ela aconteceu, mas tenho consciência que o acaso não existe e tudo que acontece na vida tem uma razão de ser.
Na época eu fazia tratamento para hipertireoidismo, portanto não deveria engravidar sem consultar previamente  minha endocrinologista e fazer a troca da medicação, mas enfim, somente um mês após a concepção percebi os primeiros sintomas de gravidez e ai veio o primeiro susto, a bronca e consequentemente  a troca do remédio.
Primeiro passo tomado e a vida corria normalmente como deveria ser até perceber que algo estava errado, dizem que intuição de mãe não falha, e aqui estou eu de prova confirmando o fato. Eu tinha sonhos conturbados porém muito reais, com parentes vivos e parentes que já tinham partido da terra, eles me diziam o que mais eu temia, que meu bebê iria nascer morto, outros diziam que ela nasceria com sérios problemas de saúde... lógico que eu acordava com uma péssima impressão quando isso acontecia, mas não sou de ficar "encanada" por muito tempo, logo passava.
A barriga foi crescendo e outros problemas aparecendo, logo no segundo ultrassom perceberam excesso de líquido amniótico e pediram a repetição do exame dessa vez morfológico, ou seja, o obstetra desconfiou de má formação do feto, que, por incrível que pareça não foi detectada nos exames. Aos 7 meses eu parecia grávida de gêmeos, aos 8 meses de trigêmeos!!! Eu mal podia respirar, sentar, comer!!! Até hoje não sei como minha barriga voltou ao normal depois do parto. Fiquei internada no oitavo mês para que a bolsa não rompesse e meu bebê pudesse ganhar peso, recebi a visita no dia das mães dos meus filhos e da minha mãe lá  no Hospital Leonor Mendes de Barros,e no dia que tive alta, ao chegar em casa ainda com recomendação de repouso absoluto, a bolsa se rompeu e tive que ir de taxi para o HU (eu não tinha convênio médico que cobria o parto) que rejeitou fazer a minha internação e parto por eu não ser moradora do bairro do Butantã (mas eu trabalhava no bairro), por sorte fui atendida por um "anjo" médico que me acalmou, constatou que o bebê corria risco de vida e não deixou me transferirem de lá.
Tudo foi muito rápido, pelo monitoramento fetal dava pra perceber que o bebê sofria e logo foi indicada a indução do parto, em poucas horas Rebeca nasceu, graças a Deus viva! Não chorou, pude vê-la rapidamente e logo foi levada da sala, ninguém sabia o que ela tinha, passou um dia e meio fazendo todos exames possíveis, imaginados até recebermos o diagnóstico: atresia de esôfago e traqueomalácia, uma má formação dupla que impediam ela de se alimentar e de respirar naturalmente. Ai bateu uma insegurança absurda, medo de vê-la sofrer, eu e o pai soubemos nessa hora que ela seria transferida para o Instituto da Criança do HC para as mãos da equipe de cirurgia neo natal,  e assim começou uma longa história de luta e superação que continua na parte 2, até lá!

Um comentário:

  1. Que situação complicada prima. Fico esperando pelo restante da história. Beijos

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